domingo, 15 de maio de 2011

VITÓRIA DO CRIME

No início do ano 2000, os noticiários do Espírito Santo alardeavam que havia um “esquema  criminoso” – palavras do Jornal Tribuna – funcionando na Delegacia Especializada de Combate a Entorpecentes. O jornal descrevia em detalhes o funcionamento do esquema, inclusive com gravuras. Para apuração do “esquema criminoso” alguns policiais foram afastados do combate ao crime e passaram a exercer outras funções. Até aquele momento a DETEN era a delegacia que mais alcançava resultados positivos com a prisão da maioria dos traficantes que cometiam crimes na Grande Vitória, apreendendo grandes quantidades de drogas, armas e veículos utilizados para prática de crimes, inclusive a prisão de uma quadrilha internacional. Com a delegacia desfalcada e a motivação dos policiais diminuída, foi a partir desse dia que os traficantes da Grande Vitória passaram impor vários toques de recolher. Foi uma vitória gigantesca para o tráfico de drogas. A Grande Vitória NUNCA MAIS recuperou o espaço perdido para o tráfico, que hoje pode ser visto diariamente no meio das ruas. E o final das investigações sobre o esquema criminoso foi a comprovação, tanto na Corregedoria como na Justiça, de que tudo não passou de um manobra da defesa para colocar em descrédito o trabalho policial. Convém lembrar que todo estardalhaço da imprensa foi feito baseado unicamente na palavra de um traficante e de sua família.
Novamente vemos o mesmo filme, feito exatamente do mesmo modo: a palavra do criminoso e sua família contra a palavra de policiais sobre o funcionamento de um esquema criminoso. O diretor do novo filme modificou o afastamento dos policiais para uma prisão preventiva, e acrescentou algumas acusações de tortura, inclusive com o suicídio de um membro da família e a inovadora afirmação de que um delegado deu ordem de atirar em outros policiais (essa realmente é nova, em 20 anos como policial civil nunca ouvi falar de semelhante doidice).
Basta acompanhar os noticiários para saber que a Delegacia Patrimonial vem realizando prisões e mais prisões, identificando autores de vários crimes. Enfim, vem cuidando da segurança pública com eficiência e eficácia. Tanto o é que, sempre que alguma delegacia necessita de apoio, a Patrimonial é uma das primeiras a ser chamada.
Interessante notar que o “esquema” sempre tem como vítima SOMENTE um criminoso e sua família. No filme anterior era um traficante. Nesse, um estelionatário contumaz. Nenhuma outra vítima se apresentou, nos dois “esquemas”, apesar de toda cobertura da mídia,  para contribuir com algum tipo de acusação. E num país onde todos querem lançar pedras contra a polícia, isso é muito intrigante. A lógica me faz pensar que não existem outras vítimas pelo simples fato de não existir nenhum “esquema”. O final de tudo já pode ser antecipado, sem querer ser o estraga prazeres que conta o final do filme: os policiais serão inocentados das acusações, mas já sem os holofotes da imprensa, pois inocência de policial não vende jornal.
O objetivo dos criminosos foi alcançado, a delegacia Patrimonial vai passar um período de hibernação, talvez se recupere, talvez não. Nesse meio tempo a criminalidade vai correr solta, inclusive com larápios de outros estados, já que um dos grandes medos dos bandidos era ter a Patrimonial em seu encalço. Não há, na Grande Vitória, outra delegacia para fazer o mesmo tipo de trabalho. Portanto, como diz a antiga música de faroeste: SAI DA FRENTE, MINHA GENTE, QUE LÁ VEM CHUMBO QUENTE!

4 comentários:

  1. Caro colega. Entendo a sua insatisfação com o trabalho da imprensa no que se refere à periódicos(jornais em geral). Todavia, não importa onde, ela é sempre a mesma: covarde, burra, tendenciosa, sensacionalista e, mais do que todos os citados, irresponsável. No entanto, vejo no episódio em comento muito além dessa imprensa sensacionalista: A VIOLAÇÃO DO DIREITO BÁSICO(mas que supera tudo) QUE É A PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA. A exposição dos colegas na mídia é consequência de uma ação desordenada. Os colegas nem foram ouvidos e já receberam suas sentenças pela Corregedoria: PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE ainda que provisória. Não estou aqui para defendê-los no que respeita ao envolvimentos dos mesmos em crimes funcionais, mesmo porque o que sei, o sei pela mídia e já disse o que penso desta. Mas, que diremos do corporativismo no Judiciário, no MP, no Congresso Nacional e mesmo nas Casinhas Municipais? Que diremos das "blindagens", das "imunidades", das "vitaliciedades" e das "invamovibilidades"? Diremos outra vez a imprensa é covarde. Afinal, policial é um alienígena cujo órgão vital é o teclado do jornalista. Depois falamos mais sobre o assunto.

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  2. ...ou TRIBUNAL DE EXCEÇÃO

    Não se justifica que na apuração de um crime se cometa outro. Todavia, o que se demonstra publicamente é a prática política da execração pública da vida pessoal e privada de policiais civis que, na condição de investigados que o são, serem enxovalhados e terem aviltados e dilacerados todos os seus direitos civis, simplesmente, pelo brio pessoal de quem quer aparecer.

    Em Face de tamanha insegurança jurídica, é de se arrepiar, diante de tão grande eficiência e eficácia, dignas de um regime ditatorial, quanto ao desrespeito à dignidade da pessoa humana, o que nos faz lembrarmo-nos dos tempos inglórios do regime militar, não tão distantes no passado, retomemos o contrário e tenhamos consciência de que vivemos num Estado Democrático de DIREITO pautado pelo fiel cumprimento e respeito às Leis, todos indistintamente.

    Parece-me que os nossos administradores públicos ainda não se deram conta disto, que ao arrepio da Lei, mascarados pela justificativa de se cumprir a própria Lei, passam por cima de Direitos garantidos na mesma Lei, ora, se não, vejamos:

    A corregedoria da Policia Civil do Estado do Espírito Santo, ao revés do direito administrativo, Constitucional, passa como um “rolo compressor”, por cima dos direitos mais fundamentais e do devido processo legal.

    Doidice a parte, só faltam colocar os policiais civis num paredão de fuzilamento ou num cadafalso e enforcá-los em praça pública, pois, quanto ao linchamento e esquartejamento íntimo, pessoal e moral, estes já foram sumariamente submetidos e executados, sem apelação. Dado que, constata-se pelo feito (pré-julgamento e pré-condenação) dos sumariamente sentenciados por parte de quem tem o dever funcional de legalidade e imparcialidade na apuração dos ilícitos.

    A guisa de um autoritarismo prepotente, se acham acima das Leis, para não respeitar cidadãos, pais de família, policiais civis como um todo, visto o massacre ora expostos, frente à forma vexatória como vem sendo conduzidas as “investigações” pela corregedoria da Policia Civil.

    É de se estranhar o estardalhaço feito, à moda de um “esquema” montado para uma “apuração” rápida que leve a solução conveniente de alguns casos apreciados e, pela morosidade praticada que leva à prescrição de outros tantos feitos, no ambiente correcional, praticas rotineiras utilizadas pela nossa corregedoria. E o que não faltam são exemplos.

    Em fim, que a justa justiça seja feita. Contudo, independente do resultado, a sentença já foi preliminarmente dada. Que Deus nos defenda dos senhores e donos da Lei.

    Jorge Leal
    19/05/2011

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  3. Caros Carlos e Jorge, considero seus comentários um belíssimo complemento do texto. Obrigado por colaborarem com sua opinião sobre o matadouro público que se tornou esse inquérito. Pela primeira vez na história, a mídia apresenta em tele-jornal copia de um inquérito que ainda nem foi concluído, sob a falsa alegação de "transparência". Parece não ter limites a disposição do "rolo compressor" em praticar irregularidades.

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  4. TEM AUTORIDADES QUE GOSTA DE APARECER E OUTROS SÃO LOUCOS, COM INAGINAÇÃO FÉRTIL E CHEIA DE DETALHES. AGORA BANDIDO TEM TODA RAZÃO PARA A CORREGEDORIA, ELES SÃO ETERNAMENTES SANTINHOS, NUNCA FORAM AUTUADOS E NÃO RESPONDEM A NENHUM PROCESSOS. PALAVRAS DE BANDIDOS TEM MAIS VALOR. ACREDITO QUE EM BREVE ESSE CHEFINHO VAI SER CANDIDATO A CARGO POLÍTICO OU APOIAR ALGUM CANDIDATO DO TIME DELE. ESSAS LOUCURAS TEM QUE SER CONTIDO DE ALGUMA FORMA. NÃO PODEMOS DEIXAR LOUCOS COMANDAR E INVESTIGAR CRIMES ADMINISTRATIVOS, POIS JÁ VIMOS ESSE TIPO DE FILME ANTES, QUANDO O BICHO PEGA PARA O LADO DELES ELES AFASTA-SE DO CARGO E ACABA APOSENTADO COMO LOUCOS. COMO EXEMPLO UMA EX CHEFE DE POLÍCIA.

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